Uma das dúvidas mais cruéis entre os fotógrafos de família é: Como ter um relacionamento com quem está na frente da minha lente?
Calma lá, este artigo não vai te dar uma receitinha de bolo de como melhorar isso, e nem fazer uma série de dicas para lhe auxiliar nessa aproximação. E, sim, vai mostrar para você que o relacionamento com o seu cliente nada mais é que: Amolecer o seu duro coração de pedra e deixar se relacionar.
Um dos males da fotografia atual está na parte financeira, mais da metade dos fotógrafos iniciantes estão cada vez mais entrando no mercado achando que é “fácil”, que é só apertar um botão. E não é isso meu amigo! Vai muuuuuito além! “Mas Ana e Bob, o que isso tem a ver com relacionamento? O que você está falando?” TUDO!
O mercado está sedento por profissionais que coloquem em primeiro lugar o atendimento ao cliente e a importância daquele momento na história da vida daquelas pessoas ali retratadas. Hoje está cada vez mais “fast-food”. Quase como: “Quero um hambúrguer, um refri e uma batata-frita. Ah, e não esquece de embalar pra levar!”. Quando os profissionais colocarem em primeiro lugar a questão do atendimento, o mercado irá mudar. E essa dúvida de como se relacionar com o cliente vai ser “fichinha”.
Primeiro: Importe-se com as pessoas! Se aquela família lhe pediu o catálogo de investimentos, fique feliz! Eles gostaram do seu trabalho e isso é meio caminho andado! Agora se você apenas responder: “SEGUE EM ANEXO”, menos 5 pontos para Sonserina, meu amigo.
Você tem que querer relacionamento com essa família. Uma resposta de e-mail, acredite, pode mudar muita coisa nesse seu trabalho.
O problema é que a maioria dos profissionais se intitulam fotógrafos “de” família, quando, na verdade, deveria ser “da‟‟ família.
Você conhece o trabalho do Daniel Freitas (ouça o episódio com ele clicando aqui)? Tem tudo a ver com o que estou falando aqui. Pra quem não sabe, ele tem um projeto em que participa por 24 horas do cotidiano de uma família. Ele se permite virar da família e ser da família por esse período. A conviver com ela. O engraçado é que já ouvi várias pessoas o chamarem de louco. “Nossa, ele é muito corajoso de ficar tanto tempo assim em apenas UM trabalho!” E é justamente aí que está o diferencial. Para profissionais assim, as pessoas retratadas vêm sempre em primeiro lugar.
Seja menos egoísta. Não pense somente no dinheirinho que cai na conta.
Tente ser além do que está no contrato. Faça reuniões para conhecer essas pessoas. Questione seus gostos, suas histórias, se faça presente na vida desses seus clientes. O relacionamento acontece quando nos permitimos, quando estamos abertos a ser quem somos e aceitamos que os clientes também façam parte da nossa história. Ame o que você faz, faça parte de cada família e não seja apenas mais um por aí.
Ana Aguiar e Lucas Roberto
www.anaaguiarretratos.com
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