A fotografia, as lentes e o cinema caminham lado a lado na sétima arte
O cinema é feito de cenas. Cada cena com seu conceito artístico. A sétima arte lida com cor, atuação, trilha sonora, efeitos visuais… Mas existe um tópico que faz toda a diferença e, muitas vezes, torna toda a trama muito mais conceitual e marcante: a fotografia.
A lente e as imagens constroem toda a sensação. Desta forma, a estética do cinema se mantém. Não há cinema sem câmera, da mesma forma que não há cinema sem fotografia. Enquadramento, iluminação, tipo de lente, forma de captação e toda a linguagem fotográfica são responsáveis por moldar não só a parte estética e de aparência do filme, mas também a história.
Desde quando o cinema existe e seus primórdios, a fotografia é um ponto fundamental. Diretores renomados, como Wes Anderson, por exemplo, trazem a fotografia como principal característica e diferencial. Quando bem trabalhada e bem aplicada, pode até mesmo se tornar uma estética de determinado estilo ou de determinado diretor.
A escolha do enquadramento – seja em planos abertos ou fechados – ajuda a desenvolver o foco da cena e a emoção com a qual se escolhe trabalhar. Quando se quer algo mais dramático, a fotografia ajuda: a iluminação cai e o plano fecha. Quando é algo mais animado ou feliz, a premissa segue, mas ao contrário.
E ao falar de fotografia, o uso das cores também surge como ponto de referência. A paleta cromática de um filme pode guiar todo o conceito. Não é à toa que a fotografia se torna uma das principais e mais valorizadas premiações mundo afora, até mesmo no Oscar, a maior de todas.
Quando se pensa em cursar uma faculdade de cinema, que capacita profissionais que querem trabalhar na área, a matéria de fotografia é crucial. É por meio dela que futuros cineastas entendem toda a magia e a beleza que ela consegue trazer ao pensar na sétima arte. Basta ter como referência grandes obras, como Blade Runner 2049, A Árvore da Vida e Roma. A luz, a cor, o tempo, a textura e todo o conceito visual são discutidos.
Não é sobre dominar uma câmera, mas entender toda a técnica e o olhar artístico que acompanha. Um diretor de fotografia, dentro do cinema, não serve somente para registrar a cena, mas, sim, para criar a linguagem visual e toda a identidade da parte estética também.
No cinema, a fotografia é um dos pilares. Como apresentado, é o que conta uma história e a apresenta para quem está assistindo. Cada detalhe e cada percepção se tornam essenciais, como uma forma de reafirmar a imagem e a expressão que pretendem ser transmitidas.
Ao compreender a fotografia como linguagem, o cinema enriquece sua capacidade de emocionar, provocar, comunicar e, principalmente, gerar senso cultural e crítico na pessoa que está acompanhando. Quando se entende a influência da fotografia e os detalhes que a seguem, toda a relação do espectador com a sétima arte muda.
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Fotografia: janiecbros / iStock
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