Bárbara Medeiros, carioca, 25, fazia faculdade de arquitetura quando ganhou uma câmera de aniversário da sua mãe. Sempre teve gosto por fotografia, mas até então não tinha tido a experiência de fotografar. Começou a testar a câmera, foi mexendo e acabou aprendendo tudo sozinha mesmo, na base do teste e errando muito.
“Comecei fotografando arquitetura, paisagens, viagens e detalhes, eu apontava a câmera para tudo, levava ela comigo pra onde eu fosse. Até que aos poucos eu fui apontando ela pras pessoas ao meu redor e fui gostando mais ainda do resultado, criei uma paixão em retratar as pessoas, a expressão de cada uma e comecei a sentir a necessidade de conhecer cada uma, de saber o que se passa por trás de cada expressão.”
Foi aí que teve a ideia de chamar umas amigas pra fotografar e fez seu primeiro ensaio feminino em janeiro de 2015. “A partir disso foi só amor pela fotografia, fui tomando gosto a cada ensaio e me esforçando pra melhorar virei ‘rata’ de pinterest, comecei a passar horas do meu dia catando referências e ainda passo.”
Desde o momento em que começou a fotografar o feminino, largou o estágio de arquitetura e se dedicou totalmente a fotografia. Ela costuma dizer que tem 2 anos de fotografia, mas que se entregou completamente mesmo foi a partir da entrega da sua monografia em setembro de 2016.
Em relação ao projeto, ela tem paixão por retratar emoções das pessoas. Sejam ensaios pagos ou pra portfólio, gosta de conversar muito com as mulheres, saber sobre a vida de cada uma, a personalidade, de falar sobre tudo, pede pra contarem pra ela a história de cada uma e não somente a parte boa e ‘comum’, nem sempre consegue descobrir de tudo, nem sempre a pessoa se sente à vontade, mas a maioria das vezes a Bárbara consegue extrair bastante de cada uma.
“Uma amiga minha que chamei pra posar pra portfolio respondeu um formulário que eu costumo enviar, de uma maneira que mexeu demais comigo. Ela me contou a história dela e perguntou se podia nomear o próprio ensaio, disse que estava se sentindo com as emoções à flor da pele e queria que esse fosse o nome.
Passei dias relendo todo o formulário dela e conversei muito com a minha amiga-assistente. Depois de muita conversa, chegamos à conclusão de que isso poderia se tornar um projeto e perguntei a essa minha amiga se ela se importava em ser a primeira retratada para o projeto e se eu podia dar esse nome a ele. Ela amou e entrou de corpo e alma (ainda mais) na ideia, fizemos o ensaio e foi uma experiência totalmente diferente do que eu já tinha feito, foi muita emoção e teve muita entrega, nunca tinha visto algo assim e a cada ensaio fico mais animada e orgulhosa do resultado”.
No formulário pra captar essas pessoas, ela pergunta sobre a história de cada uma, fala de como funciona o processo do projeto e pergunta o porquê da pessoa querer participar. Sempre procurando histórias fortes, de emoções e quem sabe, de superação.
“Eu quis levar o nome bem ao pé da letra mesmo, ou seja, tudo que remete ao significado de à flor da pele: flores, emoções, sentidos, toques, pele e tatuagens, não necessariamente as tatuagens precisam entrar no projeto, mas quando existem elas também fazem parte da experiência.”
Bárbara fez um brainstorming junto com a assistente e anotaram tudo que podia estar ligado ao nome do projeto, perceberam que as tatuagens são uma forma de marcarmos nossa pele, seja com algum significado ou não, apenas pelo fato de gostarmos do assunto que foi tatuado. “Eu sempre pergunto se há uma história por trás das tatuagens e se houver, soma.”
As flores entram em todos os ensaios e ela costuma perguntar a flor preferida de cada retratada, isso se faz necessário, por ser, de certa forma, parte da fotografada.
As histórias, as sensações, o toque em si mesma, o descobrir-se, as lembranças, tudo isso faz parte do projeto, tudo à flor da pele, sentindo, deixando-se ser e por fim florescendo.
Para conhecer o projeto: aflordapeleautoral.tumblr.com
Para conhecer a fotógrafa: barbaramedeiros.com; instagram.com/bmedeirosfotografia
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Texto: Bruna Medeiros
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